Que história é essa, CVM?

O Curta Vitória a Minas III escolheu dez histórias para transformar em curta-metragem com até 15 minutos. A coletânea resultará em um conjunto de obras com temáticas diversificadas distribuídas nos gêneros documentário e ficção. Muitas histórias nascem das memórias da infância e da juventude das autoras e dos autores.

A identidade, o empoderamento e o protagonismo da mulher negra, o registro de causos e contos fantásticos repassados de geração em geração, o resgate das festas e tradições populares e o fortalecimento dos valores comunitários como a solidariedade e o senso de coletividade são alguns temas propostos pela turma. Mas quais histórias serão transformadas em filme? Conheça um pedacinho de cada uma delas:

“Trilhando entre as Cercas” (Ibiraçu-ES) – De autoria do professor e policial federal, Otávio Luiz Gusso Maioli, morador de Ibiraçu (ES), a história ouvida do seu avô resgata um conflito entre duas famílias italianas vizinhas que discordavam dos limites entre suas terras nas primeiras décadas do século XX. De tempos em tempos, um lado ou outro aproveitava a ausência do vizinho para redefinir as fronteiras das propriedades, aumentando ainda mais a rivalidade e a tensão entre os desafetos.

“A Casa Sinistra” (Colatina-ES) – Quando a família de Marisa Almeida da Silva deixou Belo Horizonte, em Minas Gerais, para viver no Espírito Santo, não imaginava enfrentar o sobrenatural. A história baseada em fatos reais relata os eventos misteriosos ocorridos na casa alugada décadas atrás pelos parentes da agente de saúde, em Colatina. 

“Um Rio de Histórias” (Conselheiro Pena-MG) – A professora do Ensino Fundamental Márcia Cristina Cândido Cruz, moradora de Conselheiro Pena (MG), sempre começa as aulas na escola com uma contação de histórias. Este amor por contar e ouvir histórias nasceu da convivência com a mãe que contava histórias para os filhos antes de dormir. O hábito passado de geração em geração é a inspiração para o causo da menina que virou onça escolhido pela autora para ganhar as telas do cinema.

“Os Amigos da Água” (Governador Valadares-MG) – Morador de Governador Valadares (MG), o estudante de fisioterapia Pedro Vinícius Siqueira Batista escolheu criar uma história sobre a importância dos laços comunitários de solidariedade. Na trama, pessoas de diferentes origens e classes sociais enfrentam o caos e os conflitos gerados pela falta de água na comunidade até a solução vir de forma inesperada e transformadora.

“Boi Balaio” (Belo Oriente-MG) – Como forma de preservar uma antiga tradição da região de Bom Jesus do Bagre, em Belo Oriente (MG), o coordenador de comunicação Mauro dos Santos Junior transformará em filme a história sobre o Boi Balaio. A brincadeira celebrada na noite do sábado de aleluia com barraquinhas de comidas típicas tem como personagens o boi e as mulherzinhas (homens fantasiados de mulher) que saem pelas ruas divertindo a população.

“O Pássaro” (Ipatinga-MG) – Apaixonada por contos fantásticos, a atriz, diretora de teatro e produtora cultural, Luzia de Resende Mendes, moradora de Ipatinga (MG), transformará em filme a história do pássaro de mau-agouro. O suspense mostra o drama da menina que desde bem pequena recebe em sonhos a visita do pássaro anunciador da morte em algum familiar ou alguém da redondeza. Quem será o próximo? 

“O Trem, a Farofa, a Kombi e a Família Constantino” (Coronel Fabriciano-MG) – Chegar à praia costuma ser o sonho de todo mineiro. Esta história baseada em fatos reais escrita pela arquiteta Ana Paula Gonçalves Pires, moradora de Coronel Fabriciano (MG), relata de um jeito divertido as aventuras vividas por uma família desde os preparativos, a viagem até a chegada ao mar. O que essa turma irá aprontar no caminho?

“Revelações de Carnaval” (Nova Era-MG) – A história é baseada nas memórias da juventude a turismóloga Sandra Maura Coelho, moradora de Nova Era (MG). Numa época em que fervia o desfile das escolas de samba na cidade, Sandra tinha 17 anos e sonhava em desfilar disfarçada no bloco sujo. Ela e uma amiga criam uma fantasia capaz de esconder suas identidades e saem pelas ruas pregando peças nos familiares e vizinhos.

“Me disseram que sou Negra” (João Monlevade-MG) – A gestora de projetos sociais Alexandra Mara Felipe Fernandes, moradora de João Monlevade (MG), revisitou o passado para relatar como sua vida foi impactada pelo racismo vivido no cotidiano das relações sociais. Ao mesmo tempo, como a força e a resistência feminina da mãe a fortaleceram para vencer as dificuldade ao longo da jornada.

Texto: Simony Leite Siqueira

Fotos: Patricia Cortes e Gustavo Louzada

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