O que pode um filme?

O que pode um filme? Um encontro, uma descoberta, um novo olhar, uma escuta, um resgate, um recomeço, uma construção, uma desconstrução, uma nova chance, um desvio, uma esperança. Durante 15 dias, numa convivência intensa e libertadora, os dez autores de histórias selecionadas pelo Curta Vitória a Minas II estudaram, descobriram e experimentaram a jornada da realização audiovisual.  

Após as oficinas audiovisuais, os autores retornaram neste domingo (18/09) às cidades de origem. A próxima etapa é a pré-produção, o período de preparação para a gravação dos filmes. Nas filmagens, os autores terão o suporte de equipamentos, o acompanhamento de profissionais do projeto e o envolvimento dos moradores locais em atividades técnicas e artísticas.

Mais adiante, com as obras prontas, o projeto percorrerá ruas e praças dos municípios para exibir os curtas em telonas de cinema em sessões abertas e gratuitas.

O Curta Vitória a Minas II é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com a realização do Instituto Marlin Azul, Secretaria Especial de Cultura/Ministério do Turismo.  

Ao transformar as histórias em filmes, a iniciativa quer registrar e difundir os costumes, os hábitos, os saberes, as lendas, os personagens e as peculiaridades das cidades do entorno da Estrada de Ferro Vitória a Minas. 

Acompanhe o depoimento sobre o que um cada um trouxe e o que leva na bagagem após a participação no curso.

“Foram quinze dias de muito trabalho, muito companheirismo, muita diversão. Eu aprendi bastante com estas pessoas que eu nem imaginava que existiam. A bagagem que eu trouxe foi grande. Mas a bagagem que eu estou levando de volta é enorme. Nunca vou esquecer esse tempo que eu tive aqui com estes colegas de roteiro, com os professores, com as meninas que todos os dias faziam o maior esforço do mundo pra termos um café da manhã, um almoço e um jantar deliciosos, tentando agradar a gente de todo jeito. Foi muito proveitoso o tempo que eu tive aqui. Gostei muito. Quem sabe, se existir um segundo tempo deste filme, a gente volte a se encontrar pra fazer uma nova história, um novo roteiro. Foi isso que gostei. Eu aproveitei cada segundo do meu tempo, até o tempo à noite foi aproveitado. Se eu pudesse escolher como seriam esses quinze dias, eu não mudaria nada não. Às vezes, a saudade batia, mas quando a gente se juntava para discutir a tarefa que tinha feito, ríamos muito. Eu queria pedir desculpas por ter preguiça depois das cinco. Um abraço pra todos e que todos tenham bastante sucesso na sua caminhada. Inclusive eu, né!!”. (Luciene da Conceição Mendes Crepalde, moradora de Nova Era (MG), autora da história “Dezinha e sua Saga”)

“Eu trouxe na minha bagagem muita expectativa, muita esperança de aprender algo melhor. Trouxe alegria, amor, paz, fraternidade. Trouxe na minha bagagem um espaço grande pra aprender aquilo que estava pra ser proposto e trouxe o desejo de conhecer novas pessoas, de fazer novos amigos, de ter grandes aprendizados, e aprender muitas coisas. E eu levo comigo a amizade que tive com cada um dos cooperadores com o projeto. Levo comigo o carinho que recebi de cada um de vocês, o aprendizado. Aprendi muitas coisas. Saí daí verdadeiramente uma diretora de um filme, Um Olhar para a Maternidade. Tenho muita expectativa de que será um grande filme, algo que vai impactar a vida da comunidade, e espero contar com cada um de vocês nesta nova etapa deste projeto. Eu também trouxe na minha bagagem o conhecimento de viver quinze dias entre amigos e aprender a elaborar um roteiro, editar um filme, a transformar a nossa história em um grande filme”. (Patrícia Araújo Azevedo Alves, moradores de Coronel Fabriciano, autora da história “Um Olhar para a Maternidade”)

“Eu poderia compartilhar uma playlist inteira para expressar o quão sensível foi essa imersão. Cada pessoa que conheci nesse processo criativo soa como uma música para mim, daquelas que a gente é obrigado a escutar mais e mais vezes. Porém, vou contar apenas uma: Qual é o rosto de Deus?, da banda Brasa. Cada um é o que sobrou de ontem, o que juntou de tudo, diretor protagonista e roteirista do seu mundo. Essa experiência com o curso de capacitação em audiovisual para transformar nossa história em filme é o retrato dessa letra Qual o rosto de Deus? Talvez seja o seu, talvez seja o meu. Essa imersão de duas semanas, atravessando a história de outros nove autores, evidencia que somos um, uno. Essa unidade alimenta a espiritualidade, nos motiva a sonhar. Conheci gente tão, tão, tão simples… Mas com tanta história para contar. Foi tão incrível aprender e apreender com profissionais da área que a gente mal consegue imaginar a dimensão e a grandeza de cada um. Quinze dias é tão pouco para gente se conhecer de verdade. Mas a intensidade com que nos relacionamos deixará as melhores lembranças que nos seguirão pelo resto da vida. Cada sorriso, cada lágrima, cada momento de descontração impulsionaram ainda mais o meu objetivo com a história do “T-REX & A PEDRA LASCADA”, que não é somente sobre mim, é sobre a sensibilidade que desperta a conexão que precisamos ter uns com os outros. É o UBUNTU da filosofia africana: Só sou porque nós somos”. (Luan Ériclis Damázio da Silva, morador de João Neiva, autor da história “O T-Rex e a Pedra Lascada”)

“Cheguei com medo do desconhecido. Medo de me arriscar mais uma vez e errar de novo. Medo de não corresponder às expectativas das pessoas a minha volta. E, principalmente, medo de me decepcionar comigo mesma. Mas hoje volto completamente diferente. Volto com sonhos idealizados, expectativas de um grande futuro e, principalmente, com minha fé fortalecida. Meu sentimento é de gratidão. Gratidão a todos que acreditaram em mim e me fizeram acreditar que eu realmente posso mais. Agradeço à equipe do IMA por me fazer me redescobrir. Agradeço aos parentes que se foram por sempre terem acreditado em mim. Agradeço a Minha Mãe que, apesar de tudo que passou, sempre lutou por mim e me apoiou em todas as circunstâncias. E, principalmente, agradeço a DEUS por, apesar dos meus defeitos, sempre ser meu verdadeiro e único Pai. E como um verdadeiro pai ele nunca desistiu de mim. Mesmo quando eu já tinha desistido. Obrigada Senhor por sempre ouvir as minhas orações. E mesmo que eu alcance um dia o topo ou até mesmo nem passe por ele. Agradeço a todos por me fazerem finalmente entender o verdadeiro significado da gratidão”. (Jaslinne Pyetra Matias dos Santos, moradora de Baixo Guandu (ES), autora da história “Um Ponto Rotineiro”)

“Trouxe simpatia, amizade, lição de vida para aprimorar meus conhecimentos e mostrar minha história. Na bagagem novos sonhos e projetos a serem realizados. Na prática, gratidão por todo o aprendizado e, agora, é começar a pré-produção para o filme em meu município. A história sai do papel e desta capacitação com o nome “Reciclando Vidas e Sonhos”. Gratidão aos donos da pousada, aos autores que, agora, são diretores, às super-chefs, aos professores, fotógrafo, ao motorista da van, à  jornalista, a toda equipe de produção.  Foi uma experiência incrível de convivência nestes 15 dias. Foi muito intenso tudo vivido. Gratidão Instituto Marlin Azul, Vale”. (Ana Paula da Conceição Imberti, moradora de Ibiraçu (ES), autora da história “Reciclando Vidas e Sonhos”)

“Simples. Eu cheguei à centenária Santa Cruz com a mochila abarrotada de sonhos juvenis. Cheia de ideias, cenas e letrinhas soltas, na trilha do roquenrrol. Incrível.  No decorrer dos dias, peguei o jeito da linguagem dos cineastas que nos dirigiram nessa jornada única em nossas vidas. Nos deram as tintas e pincéis para colorir nossas histórias que em breve ganharão movimento na telona. Silêncio no Set. Claquete. Tap. Som foi. Gravando. Aaaaação!”. (Nilo José Rezende Tardin, morador de Colatina, autor da história “Colatina, a Princesa do Rock”)

“Eu trouxe comigo a coragem de enfrentar um obstáculo novo sem nem uma noção de onde poderia iniciar a luta para vencer. Era tudo muito distante da minha realidade. Graças a Deus e a toda a equipe que acolheu todos os 10 alunos que integraram o grupo, posso dizer: valeu! Eu venci mais uma etapa, subi alguns degraus. Obrigado”! (Ademir de Sena Moreira, morador de Naque (MG), autor da história “O Tempo era 1972”)

“É muito gratificante estar entre os dez autores de histórias que serão transformadas em filme. Muito bom ficar esses 15 dias com esse grupo, acessando um conhecimento novo. Nunca vou esquecer! Gratidão e carinho. Espero que eu possa retribuir com um filme muito bom. Obrigado a todos”. (Fabrício Machado Bertoni, morador de Colatina (ES), autor da história “O Último Trem”)

“Um mergulho no universo do audiovisual com direito a conhecer a perspectiva de novos amigos, novas realidades, através das histórias inscritas. Espero que a condução da segunda etapa também seja tranquila e que proporcione novos aprendizados. Um tempo que vai ficar marcado na memória não só dos autores de cada história, mas de todos que se envolveram no projeto”. (Elisangela Belo, moradora de Aimorés, autora da história “Lia: entre o Rio e a Ferrovia”)

“Eu saí da minha cidade com muitas expectativas de contribuir com a realização do meu curta. Chegando ao curso, descobri que eu estaria totalmente imersa neste processo de construção de um filme com o amparo de profissionais generosos, carinhosos, pacientes e altamente preparados para nos acompanhar neste trabalho de realização audiovisual. Ficamos imersos em conhecimento, em amizade e em informação. Isso foi maravilhoso! Todas as minhas expectativas foram realizadas e superadas. Tenho gratidão pela equipe que disponibilizou esse tempo e esse projeto pra servir às pessoas que tinham vontade de contar a sua história da melhor forma possível. Foi muito aprendizado e muito afeto. Agradeço a toda equipe e a todos os companheiros autores. Foi muito bacana conhecer a história que contaram pra transformar em filme e a história de vida de cada um. Vou levar todos comigo para sempre. Quero retribuir tudo o que me foi ensinado e que Ipatinga consiga assistir ao curta já pronto e exibido em área pública e mais pessoas possam ver, contemplar e se identificar com a história que será contada no filme”. (Rita de Cacia Bordone, moradora de Ipatinga (MG), autora da história “Santa Cruz”)

Texto: Simony Leite Siqueira

Fotos: Gustavo Louzada

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