“A Velha do Rio” é uma das dez histórias que estão sendo transformadas em filme pelo Curta Vitória a Minas III.
As dez histórias selecionadas pelo Curta Vitória a Minas III para serem transformadas em filme entraram na etapa de montagem e finalização. Uma delas é a ficção “A Velha do Rio” criada pelo mestre de obras Levi Braga de Souza, morador de Governador Valadares (MG).
Com um temperamento brincalhão e inventivo, o mineiro herdou da mãe o jeito alegre e o gosto por cantar e contar histórias. Desta vez, inspirado pela imaginação, ele criou uma aventura vivida por uma menina nas correntezas do Rio Doce.
O Curta Vitória a Minas é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com a realização do Instituto Marlin Azul, Ministério da Cultura/Governo Federal.
Foto: Divulgação
O objetivo é possibilitar aos moradores das cidades que se desenvolveram ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas a oportunidade de contar histórias e transformar em filme, registrando as memórias, os costumes, os hábitos, as lendas e as peculiaridades destas localidades, contribuindo para o fortalecimento territorial e comunitário.
Que história é essa?
Violeiro e cantor, décimo quarto dos 15 filhos de Inês Ramos Braga, o mestre de obras Levi Braga de Souza ama o cinema.
A chance de fazer um filme chegou à sua vida como um sonho inesperado. Quando soube do Concurso de Histórias do Curta Vitória a Minas III, em poucos minutos, ele inventou e inscreveu a trama sobre uma menina cheia de bravura e determinação que decide navegar o Rio Doce para apostar corrida com o trem.
Foi depois de participar das aulas do curso audiovisual básico e, mais tarde, com a experiência da pré-produção e do set de filmagem que o mestre de obras conheceu os detalhes de uma produção cinematográfica.
A turma enfrentou dificuldades como deslocar para lá e para cá equipamentos, profissionais e elenco dentro do rio, lidar com a instabilidade do tempo, monitorar os ruídos ao redor e encarar o cansaço acumulado ao longo dos dias de filmagem, porém, valeu o esforço.
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“Fazer o filme foi gratificante e trouxe um aprendizado muito maior porque aconteceu na prática. Dirigir um filme é bem complicado, mas é legal. O apoio que eu tive dos profissionais foi maravilhoso. Se não fosse pela equipe de produção do IMA, não conseguiria nada, e me dediquei bastante também. Acredito que vai ficar muito bom o filme”, avalia Levi.
As gravações do filme foram feitas em julho deste ano. O diretor iniciou nesta semana a etapa de edição do curta com a orientação da cineasta e montadora Mariana de Lima. O cronograma de montagem das dez obras continuará até final de outubro.
A terceira edição do Curta Vitória a Minas reúne histórias vindas de Ibiraçu e Colatina, no Espírito Santo, e de Conselheiro Pena, Governador Valadares, Belo Oriente, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Nova Era e João Monlevade, em Minas Gerais.
Nesta terceira edição, outra história de Governador Valadares selecionada para virar filme foi a ficção “Os Amigos da Água”, do estudante de Fisioterapia Pedro Vinícius Siqueira Batista. Na primeira edição do Curta Vitória a Minas, o juiz Everton Villaron de Souza, também morador da cidade, gravou a história “Contos Ferroviários”.
Conheça as etapas do Curta Vitória a Minas III
Após terem histórias selecionadas através de um concurso, as autoras e autores se reuniram de 13 a 28 de abril, em Guarapari (ES), para uma imersão audiovisual com aulas expositivas e práticas, exercícios de sensibilização do olhar e da escuta, experimentações de um set de filmagem e trocas de vivências.
Os participantes estudaram com profissionais do cinema e da TV noções básicas sobre roteiro, direção, produção, direção de fotografia, som, direção de arte, montagem, finalização, cinema de grupo, mobilização comunitária e direitos autorais.
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Ao final do curso, eles retornaram para suas cidades de origem com o roteiro, o plano de produção e o plano de filmagem em mãos para organizar a pré-produção das filmagens, mobilizar outros moradores para atividades técnicas e artísticas, escolher locações, preparar figurinos, buscar objetos de cena, organizar os personagens. Na etapa seguinte, profissionais da fotografia, de som e produção se juntaram aos autores (as) e às equipes locais para gravação das histórias nas cidades. O cronograma de filmagens das dez obras foi realizado no período de junho a agosto de 2024.
Depois da edição e finalização, os filmes serão lançados em telonas de cinema montadas em ruas e praças durante sessões gratuitas nas cidades envolvidas. Esta é a terceira edição do projeto que produziu 15 filmes na primeira edição, lançada em 2014, e 10 obras, na segunda edição, lançada em 2022.