Clima de nostalgia no circuito da caravana de cinema

A saudade da infância e dos velhos tempos inundou o Parque Ipanema durante a sétima noite de exibição de filmes do Curta Vitória a Minas II. O lançamento da ficção Santa Cruz, da artista visual, Rita Bordone, na quarta-feira (12/07), trouxe lembranças das antigas festas em devoção a Nossa Senhora. A plateia se emocionou e se divertiu com as obras exibidas durante a mostra audiovisual.

Familiares, amigos e a comunidade em geral prestigiaram a estreia da artista visual. A plateia contou com as presenças especiais de dois outros diretores do Curta Vitória a Minas II: Ademir de Sena, diretor de “Holerite”, e Patrícia Araújo, diretora de “Um Olhar para a Maternidade”.

Ademir veio de Naque com a esposa e os dois netos para a apresentação em Ipatinga. “Muito boa a exibição. Todos os diretores estão de parabéns. No filme Santa Cruz a gente volta no tempo. Eu também lembro desta devoção às cruzes, eu via as cruzes enfeitadas daquele jeito, então, é uma volta ao passado. Eu achei muito interessante cada obra. Cada filme chama a atenção de uma maneira”, destaca Ademir. O aposentado também ficou feliz com a boa receptividade do público em relação ao seu curta também inspirado em lembranças da infância.

A turismóloga e proprietária do Cozinha e Arte Aparecida Sampaio elogiou a noite agradável de cinema no parque. “Eu achei encantador, achei o ambiente muito propício. Ficou lindo o local da apresentação. Gostei muito dos filmes. Achei divertidos! Trazem uma memória afetiva muito gostosa, em especial, o filme Santa Cruz, muito bem feito”, destaca.

A atriz Luzia De Resende, que interpretou a protagonista, Dona Totinha, assistiu à estreia de Santa Cruz ao lado dos amigos e comemorou o bom impacto da obra no encontro com o público. “A exibição do curta foi maravilhosa. Os outros curtas também são muito interessantes. É muito bom de ver a história de cada autor e a forma como ela foi narrada e representada. E é muito bacana a gente ver o resultado final do filme Santa Cruz. Acho que foi muito fiel ao roteiro. As imagens são lindas. A reação do público foi muito interessante. Na mesma fileira onde eu estava várias pessoas mais velhas estavam sentadas. E à medida que ia aparecendo as imagens na tela, elas iam comentando: olha, é desse jeito mesmo que a gente faz para montar as cruzes. Elas iam comentando todo o processo que a minha personagem estava fazendo na tela como um processo de conhecimento delas sobre um jeito de fazer. Foi muito bacana”, celebrou Luzia.

Um dos destaques do projeto é a mobilização dos talentos locais para as funções artísticas e técnicas. A atriz convidada para um dos papéis principais do curta conta como é valioso sentir a reação das pessoas ao verem o filme.

“Eu achei que o curta ficou muito bonito. É bom a gente se ver também de outra forma como personagem. Outras pessoas vieram me falar isso. Como é impressionante ver a diferença entre a atriz e a personagem, parece outra pessoa. Isso pra um ator é ótimo: a gente se transformando em outros seres. Isso é muito legal!”, comemorou.

Santa Cruz resgata o ritual de enfeitar cruzes com papel colorido para homenagear a mãe divina como um gesto de gratidão e de proteção contra o mal. “Foi muito emocionante a estreia do meu filme Santa Cruz. Muito emocionante poder ver todos partilhando deste momento, desta trajetória de quase um ano que culminou com o filme na tela. O filme ficou leve, poético e passou de uma forma delicada a mensagem carinhosa e afetuosa nascida das minhas lembranças, das minhas memórias em relação ao carinho da minha mãe, da minha família e dos meus irmãos”, relata Rita.

A diretora ficou emocionada com a atenção e a concentração do público ao longo da exibição. Após a apresentação, a autora recebeu o retorno dos espectadores em relação à obra que leva o espectador a um encontro com o passado. “As pessoas disseram que o filme era sensível, que os tinha tocado. Isso me deixou muito feliz porque não só eu tenho a memória de infância. Todos nós temos uma lembrança de infância, uma memória de algum gesto materno. Isso toca e liga todos nós”, destaca Rita que agradeceu a toda equipe do projeto pelo empenho, suporte e parceria na realização do sonho de contar essa história através do cinema.

Texto: Simony Leite Siqueira

Fotos: Gustavo Louzada

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