O que é preciso saber para transformar uma história em filme? De 13 a 28 de abril de 2024, os dez autores e autoras selecionados pelo Concurso de Histórias que viram filmes do Curta Vitória a Minas III farão descobertas que os levarão a transformar o que escreveram em uma ficção ou em um documentário de curta-metragem. A imersão de 15 dias ministrada por profissionais do cinema acontecerá no Terraço, localizado no alto do Morro da Bica, em Perocão, na Zona Norte de Guarapari (ES).
A oficina audiovisual reunirá autores vindos de Ibiraçu e Colatina, no Espírito Santo, e de Conselheiro Pena, Governador Valadares, Belo Oriente, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Nova Era e João Monlevade, em Minas Gerais. Os participantes aprenderão noções fundamentais sobre roteiro, direção, direção de arte, produção, fotografia, som, montagem, finalização, cinema de grupo, mobilização comunitária e direitos autorais.
As aulas acontecerão nos turnos da manhã e da tarde, combinando aulas expositivas e práticas, exercícios de sensibilização do olhar e da escuta, experimentações de um set de filmagem e muita troca de vivências. À medida em que compartilha dúvidas e aprendizados, cada autor (a) vai construindo o roteiro, o plano de produção e o plano de filmagem para a história que contou.
Ao final da imersão, eles retornarão para suas cidades de origem para organizar a pré-produção das filmagens, mobilizar outros moradores para atividades técnicas e artísticas, escolher locações, preparar figurinos, buscar objetos de cena, organizar os personagens. Durante as filmagens, profissionais da fotografia, de som e produção se juntarão ao autor (a) e à equipe local. Em seguida, o (a) autor (a) participará da montagem e finalização do curta-metragem. Depois de prontos, os filmes serão lançados em telonas de cinema montadas em ruas e praças durante sessões gratuitas nas cidades envolvidas.
Esta é a terceira edição do projeto que produziu 15 filmes na primeira edição, lançada em 2014, e 10 obras, na segunda edição, lançada em 2022. O Curta Vitória a Minas é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com a realização do Instituto Marlin Azul, Ministério da Cultura/Governo Federal. O objetivo é possibilitar aos moradores das cidades que se desenvolveram ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas a oportunidade de contar histórias e transformar em filme, registrando as memórias, os costumes, os hábitos, as lendas e as peculiaridades destas localidades, contribuindo para o fortalecimento territorial e comunitário.
Quem são os (as) selecionados (as)
Nome: Otávio Luiz Gusso Maioli
História: Trilhando entre as Cercas
Cidade/Estado: Ibiraçu (ES)
Nome: Marisa de Almeida Silva
História: A Casa Sinistra
Cidade/Estado: Colatina (ES)
Nome: Márcia Cristina Cândido Cruz
História: Um Rio de Histórias
Cidade/Estado: Conselheiro Pena (MG)
Nome: Pedro Vinícius Siqueira Batista
História: Os Amigos da Água
Cidade/Estado: Governador Valadares (MG)
Nome: Levi Braga de Souza
História: A Velha do Rio
Cidade/Estado: Governador Valadares (MG)
Nome: Mauro dos Santos Junior
História: Boi Balaio
Cidade/Estado: Belo Oriente (MG)
Nome: Luzia de Resende Mendes
História: O Pássaro
Cidade/Estado: Ipatinga (MG)
Nome: Ana Paula Gonçalves Pires
História: O Trem, a Farofa, a Kombi e a Família Constantino
Cidade/Estado: Coronel Fabriciano (MG)
Nome: Sandra Maura Coelho
História: Revelações de Carnaval
Cidade/Estado: Nova Era (MG)
Nome: Alexandra Mara Felipe Fernandes
História: Me disseram que Sou Negra
Cidade/Estado: João Monlevade (MG)
Conheça as professoras e professores:
Lulu Corrêa (Roteiro e Direção Ficção) – Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Escreveu e dirigiu os documentários “Carvana”, “Como se Morre no Cinema” (Sol de Oro no Festival de Biarritz e vencedor de 11 prêmios nacionais), “A Cidade e o Poeta”, “Machado de Assis”, “Rio, 39,6 Graus” e “Quarentena”. Montadora e assistente de direção, trabalhou com Nelson Pereira dos Santos desde o filme “Memórias do Cárcere”. Assina a montagem de “A Música Segundo Tom Jobim”. Foi diretora assistente nos filmes de Hugo Carvana, com quem trabalhou desde “O Homem Nu”. Recebeu prêmio de Melhor Montagem pelos filmes “Áurea”, de Zeca Ferreira, “O Quinze”, de Jurandir Oliveira, e “Rio de Memórias”, de José Inácio Parente. Atuou como orientadora de roteiro e direção do Revelando os Brasis nas seis edições do projeto e no Curta Vitória a Minas em sua primeira e segunda edições, além de professora de roteiro do Projeto Animação, projetos desenvolvidos pelo Instituto Marlin Azul
Marcia Medeiros (Edição) – É Mestre em Cinema pelo PPGCine-UFF. Conselheira da Edt. (Associação de Profissionais de Edição do RJ). Trabalha na área de audiovisual desde a década de 90 como diretora e editora. Editou diversas séries para a TV como “Vítimas Digitais” e “Liberdade de Gênero” (de João Jardim – Fogo Azul/GNT), “The Voice Kids” (Rede Globo), “Que Marravilha!” (GNT). Como diretora, dirigiu as séries “O Bom Jeitinho Brasileiro” (Canal Futura), “Capoeira no Mundo” (TV Brasil) e “Globo Ciência” (Rede Globo). Dirigiu e editou videoclipes e video-artes sobre diversos artistas como Pedro Luis, Anna Ratto, Carlos Zilio e Anna Bella Geiger. Colaboradora em diversos projetos formativos de interlocução entre Cinema, Educação e Práticas de Cuidado: “Redução de Danos – Um Olhar de Dentro” (Ministério da Saúde – 2003); “Revelando os Brasis” – (Petrobras e Instituto Marlin Azul – 2004 a 2018); Curta Vitória a Minas (Instituto Cultural Vale e IMA – 2016 a 2024); Co-criadora/coordenadora do Projeto Cinequilombola (Secult-ES e IMA); e co-coordenadora do “Cinemar”, oficina de experimentação com imagem, na Casa Jangada-RJ. Atualmente cursando a Formação Livre em Esquizoanálise (FLEA-RJ).
Beth Formaggini (Produção para Documentário e Ficção) – Documentarista, produtora e pesquisadora audiovisual. Historiadora pela Universidade Federal Fluminense, fez especialização em “Documentário e Pesquisa Audiovisual”, na Universidade de Roma. Diretora da 4Ventos que soma dezenas de trabalhos audiovisuais premiados em Festivais Nacionais e Internacionais. Curadora do Cine Armazém, lançou em 2023 a série “Memória da Mídia” no Cinebrasiltv. Em março de 2020 lançou a série “Sopro” no Canal Curta. Em 2019 lançou nos cinemas, Canal Brasil e em VOD o longa “Pastor Cláudio”, vencedor do Festival de Vitória. Em 2007 dirigiu e produziu o longa “Memória para Uso Diário”, premiado pelo Júri Popular do Festival do Rio. Em 2015 realizou “Xingu Cariri Caruaru Carioca”, o melhor filme do 8º Festival In-Edit Brasil e lançado nos cinemas, TV e Streaming. O curta “Uma Família Ilustre” venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro com prêmios em mais 15 festivais nacionais e internacionais. Em 2010 realizou “Angeli 24 horas”, com 12 prêmios. Produziu e dirigiu os médias “Cidades Invisíveis”, “Nós Somos um Poema” e “Nobreza Popular”. Em coprodução com o Canal Brasil produziu a Série.doc sobre vários cineastas com os quais colaborou como Eduardo Coutinho, com quem realizou o documentário “Apartamento 608”.
Ana Paula Cardoso (Direção de Arte) – É responsável pela direção de arte dos longas em finalização: “Enterre seus Mortos”, direção de Marco Dutra (RT Features); “Barba Ensopada de Sangue”, direção de Aly Muritiba (RT Features); “As Vitrines”, direção de Flávia Castro (República Pureza Filmes); “Cyclone”, direção de Flavia Castro (Muiraquitã Filmes); e “Neuros”, direção de Guilherme Coelho (Matizar Filmes). Assina também a direção de arte dos filmes “Campo Santo”, direção de Julia de Simone (Estreia IFFR 2024); “A Febre”, direção de Maya Da-Rin – Indicada ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2021 de Melhor Direção de Arte; “Alemão II”, direção de José Eduardo Belmonte; “O Pastor e o Guerrilheiro”, direção de José Eduardo Belmonte; “Deslembro”, de Flávia Castro – indicada ao Prêmio ABC 2020 de Melhor Direção de Arte; “Breve Miragens de Sol”, de Eryk Rocha; “Aos Nossos Filhos”, de Maria de Medeiros; “Gabriel e a Montanha”, de Fellipe Barbosa; “Pendular, de Julia Murat; “Casa Grande”, de Fellipe Barbosa – indicada ao Prêmio da Academia Brasileira de Cinema 2016 de Melhor Direção de Arte; “Avanti Popolo”, de Michael Wahrmann; e “Aspirantes”, de Ives Rosenfeld. Em séries, fez a Direção de Arte de “Noturnos”, dirigido por Marco Dutra e Caetano Gotardo para o Canal Brasil – Indicada ao Prêmio ABC 2021 de Melhor Direção de Arte; 2 e 3 da Série “Questão de Família”, dirigida por Sérgio Rezende para o Canal GNT; das temporadas 3 à 9 da Série “Detetives do Prédio Azul”, dirigida por André Pellenz e Vivianne Jundi. De 2015 à 2021 coordenou e lecionou no curso de Direção de Arte na AIC Rio – Academia Internacional de Cinema RJ e foi do corpo docente da Escola de Cinema Darcy Ribeiro em 2005 e 2006.
Alex Araripe (Fotografia) – Formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, ministrou aulas de fotografia e iluminação no curso da Universidade Estácio de Sá até 2009. Trabalha para várias produtoras do Rio de Janeiro, atua como fotógrafo freelance nas áreas de TV, publicidade e ficção. Artista visual desenvolve uma pesquisa a partir da fotografia. Em 2023 realizou “Dispositivo”, sua terceira exposição individual no espaço da Cavideo, no Estação NET Rio.
Mariana de Lima (Cinema de Grupo) – Fez graduação em cinema pela UFF, onde mantém vínculo com o Laboratório Kumã. Foi redatora da Revista Cinética. Trabalhou como oficineira nos projetos Cine Quilombola e Cinema de Griô do Instituto Marlin Azul. Tem interesse nas relações possíveis entre a criação de imagem e as políticas comunitárias. Integra a Associação Mulheres Coralinas, na Cidade de Goiás.
Cintya Ferreira (Cinema de Grupo) – Cintya Ferreira é de São Gonçalo e formada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense. Desenvolveu a dissertação “FILHO DA LUA: Zózimo Bulbul e as aproximações entre Compasso de Espera e Alma no Olho” no PPGCINE – UFF. Trabalha com montagem e já editou para portais jornalísticos, além de curtas-metragens independentes. A partir da realização do curta-metragem “Um Breve Inventário de Pequenos Deslizes” junto de estudantes do ensino público de São Gonçalo, passa a se interessar mais pelas conexões entre cinema e educação. É oficineira e integrou o núcleo de educação da 13° Mostra de Cinema e Direitos Humanos.
Pedro Sá Earp (Som) – Pedro Sá Earp é formado em Cinema desde 1999 pela Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Em 1998 começou a trabalhar no departamento de som, tendo como primeira experiência o filme “Estorvo” de Ruy Guerra. Logo em seguida trabalhou como assistente e microfonista de diversas obras do cinema brasileiro como “Lisbela e o Prisioneiro”, “Batismo de Sangue”, “A Máquina”, entre outros. Já como técnico de som assinou o som direto de filmes como “Gabriel e a Montanha”, “Domingo”, “Eduardo e Mônica”, “Noites Alienígenas”, além de diversos documentários e séries como, “Impuros”, “Últimas Férias”, “How to be a Carioca”. Atualmente participa ativamente do mercado como técnico de som e faz parte do conselho da Associação dos Profissionais do Som Audiovisual (Prosa) e membro da Associação Brasileira de Cinematografia (ABC). Também dirigiu dois curtas-metragens: “Pano de Chão” (na plataforma de curtas Cardume) e “Inês” que participou do Festival de Cinema Cine Guarnicê. no Maranhão, em 2021.