Uma luz diferente brilhou na noite deste sábado (08/07) em Baixo Guandu (ES) com a presença marcante de uma telona de cinema na rua ao lado da Praça São Pedro. A comunidade acostumada a frequentar a praça central para o lazer cotidiano ganhou uma sessão de cinema com distribuição gratuita de pipoca. O grande momento da mostra de curtas-metragens foi o lançamento da ficção “Um Ponto Rotineiro” dirigido pela estudante de Artes Visuais, Jaslinne Pyetra Matias dos Santos, moradora da cidade. A obra é uma das dez histórias transformadas em filme pelo Curta Vitória a Minas II.
Durante a exibição, os espectadores se surpreenderam ao verem na tela do filme a praça aonde assistiam à história. Imagem e realidade se misturaram em uma experiência mágica para comunidade ao trazer o cinema para próximo das pessoas. Isso porque a praça foi escolhida como cenário para as filmagens de uma das cenas derradeiras do curta-metragem.
“Foi bom retornar para o mesmo lugar onde a gente tinha montado o set para a gravação da última cena. Muito bom ver a plateia reconhecendo este espaço na tela. Como era uma praça, as pessoas estavam caminhando para lá e para cá e paravam para assistir ao filme. Tinha essa energia de passagem por ser uma praça. Ficou esta sensação por estar sendo exibido no lugar que aparecia na tela. A gente via na cara das pessoas essa sensação de que essa praça dá um filme, essa cidade dá um filme”, destaca Mariana de Lima, que integra a equipe de profissionais de cinema do Curta Vitória a Minas II. Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mariana orientou o processo de criação do roteiro, produção e gravação do curta e foi responsável pela montagem da obra ao lado da diretora. As gravações envolveram a participação de familiares e amigos da autora para contar a história de uma garota aprisionada em pensamentos e emoções e sem conexão e interação com o mundo ao redor.
Na noite de estreia, a plateia se espalhou pelas cadeiras e por outros espaços da praça para conferir a programação de ficções e documentários. A tela grande quebrou a rotina do lugar. O lançamento da obra encheu de empolgação e gratidão o coração da diretora e dos familiares que acompanharam todo o processo de realização do curta-metragem. “Ver o filme pronto na tela é uma sensação difícil de definir. Sentir, a gente sente, mas definir, externar é meio difícil de explicar porque a realização de um projeto nosso, de um sonho nosso, é uma coisa que nos traz muita alegria. Mas, quando a gente vê um filho realizando um sonho, um projeto, é dobrada essa sensação. Ver tudo acontecendo me trouxe muita alegria porque não é só um projeto meu. É um projeto da Jaslinne, diretamente dela, que ela queria que saísse do papel e saiu do papel”, destaca Hosana Marta, mãe e maior incentivadora do sonho da filha de construir uma carreira profissional nas áreas do cinema, televisão e teatro.
Ao realizar o filme, Jaslinne também concretiza os sonhos mais profundos da mãe de também ter uma carreira artística profissional. “Eu fiquei muito feliz porque é uma parte de mim que está alcançando os seus objetivos. Muito obrigada por tudo! Que o Senhor abençoe vocês neste trabalho abençoado, maravilhoso, neste trabalho que traz alegria e esperança para as pessoas”, enfatiza Hosana, escritora, poetiza e compositora musical.
A enfermeira Valquíria Gabler Pires, escolhida para interpretar Laura, a protagonista do drama, ficou encantada com o curta pronto na tela. “Amei cada segundo do filme. É e foi uma experiência maravilhosa, surreal e surpreendente. Me encontrei e reencontrei a cada cena vivida e compartilhada. Amei muito ter participado e, ainda mais, por Jaslinne ter me escolhido. Quando fazemos algo com amor e dedicação, sai mais que perfeito. Cada pessoa que participou foi de suma importância para esse resultado incrível”, declara a atriz.
Jaslinne exaltou o momento de celebração em torno do filme ao lado de familiares, amigos e toda a comunidade. “Foi um momento muito especial porque eu pude sentir o quanto Deus tem honrado e me abençoado durante esse processo de criação e execução de um projeto que estava guardado só na minha memória. Poder ver alguns familiares e amigos contemplando comigo ontem o resultado final foi um momento único de emoções. Só tenho a agradecer a todos da equipe, elenco, amigos e famílias por terem feito parte desse momento comigo. Mas, agradeço, acima de tudo, a Deus por ter feito com que uma historinha de papel criasse vida”, comemora a diretora de “Um Ponto Rotineiro”.
Texto: Simony Leite Siqueira
Fotos: Gustavo Louzada