“O Pássaro” é uma das dez histórias que estão sendo transformadas em filme pelo Curta Vitória a Minas III.
As dez histórias selecionadas pelo Curta Vitória a Minas III para serem transformadas em filme entraram na etapa de montagem e finalização. Uma delas é a ficção “O Pássaro” criada pela atriz e produtora cultural Luzia Di Resende, moradora de Ipatinga (MG). A autora inventou um conto inspirado no imaginário popular em torno dos mistérios da vida e da morte e nas lembranças dos tempos antigos da casa onde cresceu ao lado dos pais e dos irmãos, no interior mineiro.
O Curta Vitória a Minas é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com a realização do Instituto Marlin Azul, Ministério da Cultura/Governo Federal. O objetivo é possibilitar aos moradores das cidades que se desenvolveram ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas a oportunidade de contar histórias e transformar em filme, registrando as memórias, os costumes, os hábitos, as lendas e as peculiaridades destas localidades, contribuindo para o fortalecimento territorial e comunitário.
Que história é essa?
Luzia Di Resende escolheu contar esta história a partir da imaginação e do olhar curioso de uma criança de 10 anos. A trama acontece a partir do sonho da garota com o pássaro de bico vermelho cuja aparição anuncia a morte de alguém próximo. As coisas se passam no período de um dia em que ela busca descobrir quem será a vítima do agourento. No lugar da amargura, do pavor e da dor comuns ao tema, a autora de minicontos fantásticos utilizou elementos do realismo mágico para tecer o enredo em que a morte brinca com seu próprio ser ousado, atrevido e inesperado.
“Eu gostaria que o filme transmitisse a ideia da morte e de suas possibilidades de uma forma leve, muito pelo olhar de uma criança que tem mais curiosidade do que exatamente medo e pavor. E a brincadeira é neste sentido: saber o que vai acontecer, tentar descobrir o que e com quem vai acontecer e trazer um desfecho diferenciado porque a vida é sempre surpreendente. A gente nunca sabe pra onde que ela vai, pois não é exatamente um script que tenhamos domínio de seu princípio, meio e fim. A vida tem uma série de atalhos e acho que é bem isso que o filme quer passar”, descreve a atriz e produtora cultural.
As gravações do filme foram feitas em julho deste ano. A diretora iniciou nesta semana a etapa de edição do curta com a orientação da montadora Márcia Medeiros. O cronograma de montagem das dez obras continuará até final de outubro. A terceira edição do Curta Vitória a Minas reúne histórias vindas de Ibiraçu e Colatina, no Espírito Santo, e de Conselheiro Pena, Governador Valadares, Belo Oriente, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Nova Era e João Monlevade, em Minas Gerais.
Esta é a segunda vez que Ipatinga tem uma história selecionada pelo projeto. Na segunda edição, a artista visual Rita Bordone gravou o filme “Santa Cruz” inspirada nas memórias guardadas desde menina quando a mãe se preparava para os festejos católicos dedicados à Nossa Senhora.
Conheça as etapas do Curta Vitória a Minas III
Após terem histórias selecionadas através de um concurso, as autoras e autores se reuniram de 13 a 28 de abril, em Guarapari (ES), para uma imersão audiovisual com aulas expositivas e práticas, exercícios de sensibilização do olhar e da escuta, experimentações de um set de filmagem e trocas de vivências. Os participantes estudaram com profissionais do cinema e da TV noções básicas sobre roteiro, direção, produção, direção de fotografia, som, direção de arte, montagem, finalização, cinema de grupo, mobilização comunitária e direitos autorais.
Ao final do curso, eles retornaram para suas cidades de origem com o roteiro, o plano de produção e o plano de filmagem em mãos para organizar a pré-produção das filmagens, mobilizar outros moradores para atividades técnicas e artísticas, escolher locações, preparar figurinos, buscar objetos de cena, organizar os personagens. Na etapa seguinte, profissionais da fotografia, de som e produção se juntaram aos autores (as) e às equipes locais para gravação das histórias nas cidades. O cronograma de filmagens das dez obras foi realizado no período de junho a agosto de 2024.
Depois da edição e finalização, os filmes serão lançados em telonas de cinema montadas em ruas e praças durante sessões gratuitas nas cidades envolvidas. Esta é a terceira edição do projeto que produziu 15 filmes na primeira edição, lançada em 2014, e 10 obras, na segunda edição, lançada em 2022.
Fonte: Assessoria de Comunicação / Instituto Marlin Azul