Uma noite encantada de cinema no Parque Ipanema, em Ipatinga

Uma plateia atenciosa, participativa e alegre abraçou a sessão gratuita de cinema do Curta Vitória a Minas III nesta quarta-feira (27/11), no Galpão do Parque Ipanema, em Ipatinga (MG). O público lotou o espaço para assistir ao grande lançamento da sétima noite da caravana de cinema, o curta-metragem “O Pássaro”, da atriz e produtora cultural Luzia Di Resende.

A vida, a morte, o tempo e suas imprevisibilidades formam a inspiração para o conto criado pela diretora para ser transformado em filme. A trama acontece a partir do sonho de uma menina de 10 anos com o pássaro de bico vermelho cuja aparição anuncia a morte de alguém próximo. A obra de realismo fantástico revela o cuidado em cada detalhe da produção, da preparação do elenco, da gravação, da montagem e da finalização. O desenrolar da história que combina suspense e comédia surpreendeu a plateia composta por familiares e amigos da diretora e do elenco e a participação da comunidade ipatinguense.

“Fiquei muito feliz com o público! Bastante gente! Uma coisa que observei e outras pessoas comentaram comigo foi sobre como “o contar histórias” tem algo de saudosismo, costume tão antigo, dos nossos avós, e continua sempre encantando. Funciona do mesmo jeito hoje. Os olhos vidrados do público completamente entregue à história. Puro encantamento. Muito orgulho em poder contribuir com a propagação das histórias do nosso povo! O Pássaro reúne vários elementos de nossos costumes em uma viagem fantástica de uma criança. Amei as escolhas para a edição de cada cena. O tempo, as cores, os sons. Foi muito gratificante fazer parte do processo e estar presente na estreia. Viva o cinema!!”, relata a atriz Maria Helena da Silva Santos, que interpretou uma carpideira, mulher a quem se pagava para chorar nos funerais.

Luzia trouxe para o elenco principal mulheres de diferentes gerações da família. A menina é interpretada pela sobrinha Catarina Mendes Torrezani. No filme, a mãe e a avó da protagonista são vividas pela irmã e pela mãe da diretora, respectivamente, Ivana de Resende Mendes e Celeste de Resende, mãe e avó da menina na vida real. A diretora e sua filha Ariel Bertola também atuaram na obra.

Catarina estuda teatro desde os 3 anos e agora viveu sua primeira protagonista no cinema. “Eu achei o filme maravilhoso. A edição foi ótima! A expressão dos atores foi maravilhosa. Eu adorei tudo no filme. Foi muito legal, muito divertido, muito engraçado”, celebra Catarina. Dona Celeste contracenou com a neta aos 85 anos de idade. Para a matriarca, que encantou a todos com sua presença e entusiasmo, o filme ficou muito bonito, superando suas expectativas.

A servidora pública Ivana Mendes, mãe da protagonista na ficção e na vida real, amou o filme e a experiência de participar do set de filmagem. “O filme ficou incrível. Eu adorei tudo: a edição, as imagens na tela. Foi surpresa pra gente a animação inserida depois. Não sabíamos como ficaria e ficou muito legal. A plateia amou! Estava o público bem animado com tudo. Compareceu muita gente. Dá muito orgulho ver a filhota, a mãe, a irmã brilhando, a gente também, e os amigos. Muito orgulho de ver tudo prontinho, editado, direto na telona. Foi muito bom, uma experiência maravilhosa”, conta Ivana.

Quem acompanhou cada passo do processo de criação e transformação da história em filme foi Ariel Bertola, formada em Design e Artes Integradas, filha de Luzia Di Resende. Para ela, o mais bonito é ver uma ideia nascer e vê-la tomando forma. “Eu acompanhei a criação da história, o envio para o projeto, a aprovação no concurso, depois, a participação dela nas oficinas e em todo este aprendizado. Ver estas palavras escritas no papel tomarem forma, estes personagens começarem a ter rosto, o cenário se materializar em objetos, em cenografia, as descrições das cenas se concretizarem nos planos, nas gravações e, hoje, ver que isso deu muito certo, que a sessão estava cheia, repleta de gente que acredita neste trabalho, ver as pessoas felizes e curtindo cada momento desta estreia, tudo isso foi muito gratificante. O filme ficou incrível, a estreia foi um sucesso e fiquei muito orgulhosa!”, destaca Ariel.

“O Pássaro” traz também no elenco Marilson Braga, Rita Knop, Wal Vitorino, Patrícia Louback, Diego Martins, Antônio Junio, Isabelle Rosa, Clara Magalhães, Aneli Coelho, Laura Teodoro, Luana Maestri, Luiza Mendes, Bárbara Mendes Barros, Valter Barros e Frida Marmota (a cadelinha caramelo). O músico Sóstenes Araújo cuidou da composição da trilha sonora. Depois da sessão, o clima era de emoção e de um grande encontro após um espetáculo em que todos querem cumprimentar a diretora, o elenco e a equipe e comentar o que acabaram de ver, ouvir e sentir.

“Foi muito emocionante! A casa estava lotada. A gente tem a emoção de ver o filme todo pronto pela primeira vez na tela gigante junto com o público incrível. Que plateia maravilhosa! Eu tenho recebido vários comentários das pessoas elogiando muito, falando que o filme é muito bem cuidado, que é surpreendente, que não se espera nunca aquele final e que trata a morte de uma forma leve, descontraída, mais natural. Assim, tudo o que eu me propus, como diretora para o filme, que era trazer esta leveza, esta soltura, este olhar da criança curioso, e não medroso, isso tudo passou para as pessoas. Elas gostaram muito, entenderam e amaram a animação inserida na obra. Estou muito feliz! Foi muito bom ver isso junto com uma plateia, principalmente, tão calorosa, tão afinada. Foi muito legal!”, relata a diretora Luzia Di Resende.

Depois de Ipatinga, agora é a vez de Coronel Fabriciano reunir a comunidade para assistir ao filme feito na cidade. Quinta-feira (28/11) estreia “Mundaréu”, de Ana Paula Pires. A sessão está marcada para 19h30, em frente à Prefeitura Municipal.

Texto: Simony Leite Siqueira

Fotos: Mariana de Lima

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